Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional em Diagnóstico da Avaliação da Gestão Empresarial

 Prof. Me. Wilson Alberto Zappa Hoog.[1]

 

Resumo: O estudo se justifica pela necessidade de se usar um indicativo de desempenho econômico da avaliação da eficiência de uma gestão, diante das mudanças pelas quais passam os empreendimentos empresariais, buscando fomentar uma reflexão sobre o uso da Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional (TRAO). Portanto, apresentamos uma breve análise sobre a importância da rotatividade do ativo operacional em relação às vendas com ênfase em uma métrica contábil.

Palavras-chave: #Rotatividade do ativo operacional. #Eficiência da gestão administrava. #Análise de balanço.

  1. Introdução

    O artigo se justifica pela necessidade de verificar se a literatura contábil e seu uso pelos profissionais da área contábil, acompanham as mudanças pelas quais passam os gestores de uma empresa, buscando fomentar reflexões sobre o comportamento desse indicativo, de rotação do ativo operacional, de forma sequencial em vários exercícios sociais, como um dos meios de diagnóstico de um exame em um laboratório de perícia forense-arbitral.

    A atual etapa de desenvolvimento mundial da contabilidade, em especial as perícias para apurar o desempenho e a eficiência de uma gestão diante de situações, tais como estagnação, depressão e recessão, procura incrementar nos contadores o sentimento de uma melhor preparação, programa de educação continuada, com o intuito de enfrentar os desafios e descobertas do mundo dos negócios, em especial a análise de balanço.

    O objetivo deste artigo é promover um amplo debate, em relação ao uso da TRAO, em razão da necessidade de os peritos, auditores e analistas se pronunciarem sobre a adequação de uma empresa em função de volatilidade nas vendas.

  1. Desenvolvimento

    A partir do nosso livro: Análise de Balanço – Fundamentação Teórica e Prática, editora Juruá, 2017, apresentamos um breve comentário sobre a análise de balanço em relação à Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional, em referência à sua função informativa aos utentes dos balanços.

    O ativo operacional corresponde ao conjunto do estabelecimento empresarial que é parte integrante da precificação do fundo de comércio, base para o retorno do lucro normalizado pelo método holístico. A sua análise requer conhecimento científico para se evitar imprecisões técnicas por interpretações equivocadas das evidências, afastando as interpretações ambíguas ou polissêmicas. Logo, corresponde aos bens e direitos vinculados diretamente ao objeto social.

    Pelo viés de um raciocínio lógico, toda forma de fundamentação será efetuada com ênfase nas características das imputações patrimoniais, sejam elas ativas ou passivas ou de resultado, e suas bases doutrinárias aplicadas na explicação de um fenômeno patrimonial.

    A taxa de rotatividade do ativo operacional (TRAO) é uma unidade de medida, métrica contábil, que compara o total das vendas líquidas anuais (receitas líquidas de prestação de serviço e venda de bens) deduzido dos tributos e contribuições sociais, com o ativo operacional de uma célula social. Este quociente indica quantas vezes o ativo girou no período.  Deve ser comparado por uma sequência de anos. A rotação do ativo operacional indica o número de vezes em que as vendas líquidas de um determinado período, repetem o montante dos recursos investidos.  Serve para avaliar a eficiência da administração. E tem-se como referência para esta comparação:

  • O aumento da rotatividade indica que o volume de vendas sofreu um incremento sem a necessidade de novos investimentos no ativo operacional ou até mesmo, com a diminuição do ativo. Situação boa da gestão, por otimização dos recursos da capacidade instalada.
  • A queda das vendas com a manutenção da taxa de rotatividade, indica uma capacidade adequada da gerência, aos fatores de mercado, tais como: recessão, depressão e concorrência parasitária.
  • A diminuição da rotatividade indica que o volume de vendas sofreu uma diminuição, em relação ao ativo operacional, da capacidade instalada, portanto, uma situação de alerta para a gestão, por diminuição da otimização dos recursos.

    Segue um exemplo:

TRAO = (Receita operacional líquida/Ativo operacional médio) x 100

TRAO = (10.569,00/8.681,00) x 100

TRAO = 122%

O volume de vendas gerou uma rotatividade de 122% do ativo operacional.

As conclusões da eficiência, ou não, em enfrentar situações de volatilidade nas vendas, só podem ser aferidas com uma boa interpretação deste indicativo (TRAO) por uma sequência de, no mínimo, quatro anos; o ideal são 10.

     Segue um exemplo sequencial da TRAO:

Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional  (TRAO)
Dados Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7
Receita líquida 15.569 15.000 13.900 13.850  12.745 10.330   10.400
Ativo operacional 8.681 9.300 9.800 13.100 12.590 11.689  12.474
Taxa de rotatividade 1,79 1,61 1,42 1,06 1,01 0,88 0,83
A sequência da diminuição da rotatividade indica uma situação de alerta para a gestão, por falta de eficiência na otimização dos recursos. Capacidade produtiva não é adequada à realidade das vendas.
  1. Considerações finais

    O artigo representa uma reprodução parcial do nosso livro: Análise de Balanço – Fundamentação Teórica e Prática, Juruá Editora, 2017, como exemplo de uma base de fundamentação para uma análise contábil. Naturalmente existem outros indicativos que também são relevantes, tais como: índice de eficiência do fundo de comércio, TRI, índices de liquidez e rotatividade dos elementos que compõem o ciclo operacional, entre outros, que também são tratados no livro citado.

    As conclusões das pesquisas aqui comentadas, foram oriundas de verificações e estudos científicos realizados no Laboratório de Perícia Forense-arbitral – Zappa Hoog, Petrenco e CIA SS.

   O artigo objetivou contribuir para a difusão da importância dos indicadores econômicos-contábeis, a partir da literatura especializada, enfocando as bases e os fundamentos do uso da TRAO.

    Na perspectiva do entender e do pensar contábil, destaca-se que a análise de balanços deve também se deter nos estudos de atos e fatos administrativos dos recursos do ativo operacional, dedicando-se às causas dos acontecimentos, partindo de um exame para subsidiar soluções de gestão, adaptadas para os momentos de queda das vendas.

 

REFERÊNCIAS

HOOG, Wilson Alberto Zappa. Análise de Balanço – Fundamentação Teórica e Prática. Curitiba: Juruá, 2017.

 

[1]    Mestre em ciência jurídica, bacharel em ciências contábeis, arbitralista, mestre em direito, perito-  contador, auditor, consultor empresarial, palestrante, especialista em avaliação de sociedades empresárias, escritor e pesquisador de matéria contábil, professor doutrinador de perícia contábil, direito contábil e de empresas em cursos de pós-graduação de várias instituições de ensino. Informações sobre o autor e suas obras podem ser obtidas em: http://www.jurua.com.br/shop_search.asp?Onde=GERAL&Texto=zappa+hoog. Currículo Lattes em: http://lattes.cnpq.br/8419053335214376 . E-mail: wilson@zappahoog.com.br.

Publicado em 23/04/2018.